UM SENTIMENTO DE ÓDIO BROTANDO EM MIM :(

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NNeLmA
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No PF desde: 25/03/2012

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK... Já me recuperei e obrigada a todos por tudo!!!!

Pelas falas maravilhosas e pelos conselhos. Aqui as pessoas melhoram mesmo :)

OBRIGADA.


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Ro Samy
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No PF desde: 24/11/2012

Nelma...procure ajuda, para compreender melhor as raízes desse ódio, pois é um sentmento nocivo, que faz muito mal.

Eu entendo o que vc sente pois tive muitas dificuldades com minha mãe. Mas odiá-la...nunca. Procure ajuda flor, as vezes as coisas fogem de nosso controle.


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_Ana_
No PF desde: 19/09/2010

Quote:
Só queria ter um pai mais amoroso, que conversasse... Meu Pai, pronuncia coisas horríveis, do tipo: Nao preciso de voces pra nada, desde os meus 10anos oiço isso, voces nao me servem de nada...


e voce sabe porque ele é assim? será que não aconteceu algo com ele para ser assim tão arredio? sabe como os pais dele o tratavam?

ou talvez seja da personalidade dele... será que é mesmo má vontade ou está fazendo o possível dentro da capacidade dele?

tive várias brigas com meu pai depois da minha adolescência ... ele era muito mandão, na casa dele obedecia e pronto... só depois que me mudei , comecei a perceber que ele tinha razão em muitas coisas e que tentava, do jeito meio torto dele, me ajudar...

Nelma eles não são seres de outro planeta... tem suas qualidades e defeitos, problemas, mágoas, medo assim como voce, eu e como qualquer outro...

hoje eu sei que pela minha impertinência juvenil acabei afastando meu pai ... até porque não aceitava os defeitos dele...

e ser mimada não é algo tão grave assim... tudo depende do grau de birra....


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kvet
No PF desde: 05/06/2010

Nelma,


Já conversamos sobre isso fora daqui.


Ainda acho que tu espera algo que ele definitivamente não é.

Sei que é duro, mas as tuas expectativas com relação a ele só te fazem ficar pior.

Aceite que ele é, e como ele é.

Fácil escrever? Claro que é. Tenho o pai mais amoroso e querido do mundo, nem sei do que tu estás falando. Em contra partida, tive muitos problemas com a minha mãe. Éramos ao mesmo tempo água e vinho e ao mesmo tempo éramos muito parecidas - onde não deveríamos ser.

Só parei de ter maiores problemas com ela quando a aceitei como ela era. Quando reconheci as suas qualidades - todo mundo tem. Ninguém é 100% monstro ou anjo. Isso não existe, e crescer é em parte reconhecer que todos vão nos decepcionar ao longo da vida, como vamos lidar com isso é que faz a diferença.


Amadureça. Não crie esperanças dele ser diferente ou te dar o tratamento que gostarias, isso não acontecerá. Infelizmente.

Estude, batalhe para ser independente o mais rápido possível e poder sair de casa e ter a sua vida. Melhora muito quando passamos a ser visitas na casa deles, acredite.


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girlie
No PF desde: 13/01/2011

Eu vou dar uma única sugestão, diferente de todas: fale com ele.


Por mais que te pareça impossível esse confronto (que não necessariamente precisa ser uma briga, é preciso sublinhar isso), vai por mim que dá certo.


Meu pai não é do tipo love story, bem pelo contrário, é o milico metido a machão, o cara que dizia com todas as letras que "aqui quem manda sou eu e os incomodados que se mudem".


Como eu sempre fui muito metida e atrevida, nunca baixei a crista pra ele e por isso vivemos anos de brigas, castigos, surras, xingamentos. Não era assim o tempo todo, mas meu pai era do tipo talibã-terrorista que, por causa de pouca coisa, já dava murro em mesa, já virava cadeiras, já nos amedrontava fisicamente.


Enfim, sempre me rebelei, mesmo me c@g@ando de medo de um dia tomar uma invertida séria e me quebrar todinha.


Aos 13 anos, ele propôs me emancipar pra sair da vida da minha família e parar de aporrinhar, como se ele também fosse um domingo no parque.


Enfim, saí de casa aos 16 e nosso relacionamento melhorou bastante. Eventualmente tínhamos nossas rusgas, mas percebia que era muito mais difícil pros meus irmãos suportarem o temperamento instável do meu pai do que pra mim. Note que eu sempre tive muito medo dele, mas me obrigava a enfrentar, nem que fosse chorando, berrando, pedindo socorro, fazendo fiasco. Eu até podia morrer moída na pancada, mas ia morrer esperneando e dando trabalho.


Enfim, o tempo passou, casei e engravidei.


Quando estava com quatro meses de gestação, fui visitar meus pais e almoçar com eles num domingo. Estavam presentes, além deles, meu irmão mais novo e minha avó, mãe da minha mãe, completamente surda.


Por uma bobagem qualquer - um copo que meu pai virou na mesa e que ele próprio fez um auê danado, desproporcional ao fato, ao dar um grito de "aaaaaaaaahhhhhh" e assustar todo mundo - ele virou uma fera, ficou furioso, transtornado, fora de si porque eu e minha mãe reclamamos do exagero da reação dele ao derrubar o copo.


Foi uma coisa ridícula, nós só falamos "mas credo, o que é isso, quase nos mata do coração" e ele simplesmente surtou. Começou a esmurrar a mesa, a gritar que fôssemos todos, todos - meu marido, minha avó surda e meu irmão catatônico com tudo aquilo - pra casa do chapeú, nos mandou tomar no orifício corrugado da região ínfero-lombar e nos f0dermos, e desfiou todo o rosário de xingamentos possíveis.


Aí, mobeim, baixou um tremendo exu tranca-rua em mim.


Nem vi o que estava fazendo direito. Lembro de ter olhado em volta e visto o olhar de espanto do meu irmão, a dúvida no rosto da minha avó que não estava entendendo nada daquele balé de mãos e daquela cena terrível de briga muda, o constrangimento do meu marido e principalmente a cara chorosa da minha mãe, tão covarde.


Levantei da mesa e comecei, de dedo na cara dele, toda atrapalhada e chorando (azar) a dizer tudo o que eu achava que ele era ao longo de todos os anos da minha vida.


Chamei de tudo: de louco, de doente, que por toda a vida nos massacrava com essa tortura emocional, que tinha que se tratar urgentemente se não acabaria a vida sozinho. Falei pro meu marido pra juntarmos as nossas coisas e irmos embora imediatamente e meu pai, que escutava tudo calado, de cabeça baixa com inflado de raiva, pronto pra explodir, só me disse, entre os dentes, que se eu saísse nunca mais poderia voltar àquela casa.


Nessa hora minha mãe deu um gemido alto, começou a limpar a bagunça da mesa e a pedir que parássemos, por favor. Eu só respondi a ele: "que ótimo. Não pretendia voltar mesmo tão cedo."


Minha mãe, coitada, se desesperou com a proibição de eu voltar lá. Disse que me conhecia bem, que sabia que nunca mais me veria, e eu tentei, na medida do possível, tranquilizá-la de que meu problema não era com ela e que sabia que as coisas nunca são definitivas.


Fui embora com a certeza de ter feito o certo.


3 meses depois minha mãe me telefonou pra contar que meu pai tinha sido diagnosticado com câncer e que estava hospitalizado, mas queria me ver e falar comigo.


Confesso que minha primeira reação foi dizer a ela que não.


Demorei uns 3 dias pra me convencer de que deveria ligar pra ele. Liguei e ele estava manso, apavorado com a ideia de morrer, e me pediu pra ir vê-lo, mesmo estando a mil km de distância.


Eu fui e ele me pediu perdão. Me agradeceu pelo sacolejo que eu dei e prometeu que nunca, nunca mais faria um papelão como aquele. Falou que se envergonhava muito do que tinha feito e até entendia se eu não conseguisse desculpá-lo.


Tudo acabou bem, mas ainda hoje ele me fala nesse assunto com grande remorso.


Enfim, bee, por mais difícil que seja, fala com ele. Diz como tu te sente, pergunta como melhorar, o que ele espera de ti, sei lá.


Qualquer coisa é melhor do que viver se lamuriando.


Bora lutar pra melhorar de vida!