Senhoras, aqui está mais uma coisa a que você podem culpar os homens: a menopausa. Pelo menos de acordo com uma nova teoria.

As mulheres passam pela menopausa, porque os homens preferem as mulheres mais jovens na história evolutiva recente, de acordo com um estudo publicado a 13 de Junho na revista PLoS Computational Biology.

Além disso, a menopausa não é evolutivamente vantajosa e pode ser o resultado de uma série de mutações aleatórias e nocivas que se acumularam nas mulheres, mas não foram acionadas pela evolução, porque as mulheres já se haviam reproduzido no momento em que as mutações a afetaram.

"A nossa primeira hipótese é a de que o acasalamento em seres humanos não é aleatório em relação à idade, o que significa que os homens de todas as idades preferem mulheres mais jovens", disse o co-autor do estudo, o biólogo Rama Singh, da Universidade de McMaster, no Canadá.

A menopausa, em que as mulheres param de menstruar e se tornam inférteis, tem sido um enigma de longa data para os biólogos: Por que a evolução conduziu a uma característica que, essencialmente, reduz o potencial reprodutivo de um animal?

A maioria dos outros animais não passam pela menopausa (embora as baleias assassinas o façam). Mesmo os chimpanzés, os parentes vivos mais próximos dos seres humanos, parecem reproduzir-se na velhice na natureza, e os homens ainda preferem fêmeas mais velhas.

Os biólogos propuseram a hipótese da avó para explicar o enigma. A hipótese sustenta que a menopausa permite a uma avó que em detrimento de criar os seus próprios filhos ajude a criar os seus netos, aumentando assim as chances de sobrevivência dos mesmos e, portanto, dos seus genes.

Mas netos e avós compartilham apenas um quarto dos seus genes, contra metade das crianças e seus pais, de modo que a menopausa teria que aumentar dramaticamente a sobrevivência dos netos para ser evolutivamente vantajosa. Estudos anteriores mostraram que as avós maternas aumentam as taxas de sobrevivência dos seus netos, embora exactamente o quanto depende da sociedade.

Durante milhares de anos (pelo menos), os homens têm, em média, acasalado com mulheres mais jovens, disse Singh. Assim, os pesquisadores criaram uma simulação de computador com o modelo. Logo no início, os homens e mulheres no modelo reproduziam-se até à morte. Mas ao longo do tempo, o modelo descobriu que a preferência dos homens pela juventude reduziu as probabilidades das mulheres mais velhas se reproduzirem.

Ao mesmo tempo, as pessoas acumularam mutações aleatórias, algumas dos quais diminuíram depois da vida a capacidade reprodutiva. Mas uma vez que as mulheres mais velhas ficaram de fora de qualquer maneira, essas mutações não afetaram o seu sucesso reprodutivo, enquanto que as mutações nos homens, que poderiam reduzir a reprodução de fim de vida, foram eliminadas.

Os homens que pararam de reproduzir em algum momento da vida produziriam menos descendentes do que aqueles que não o fizeram, e no final os reprodutores iriam superar aqueles que pararam a reprodução mais cedo.

Mais de 50.000 a 100.000 anos, o acúmulo de todas essas mutações poderiam ter levado à menopausa universal, sugerem os pesquisadores. A menopausa, então, seria uma outra forma de envelhecimento semelhante ao cabelo grisalho ou rugas.

Se mais tarde fértil se torna a norma, como as tendências sociais atuais sugerem, as mulheres que podem se reproduzir em idades mais avançadas podem ganhar uma vantagem evolutiva, e a menopausa poderia, em teoria, ser empurrado para mais tarde, diz Singh. Mas é mais plausível que as mudanças tecnológicas, tais como os tratamentos de fertilidade estendam artificialmente a capacidade das mulheres para se reproduzir, acrescebta.

Mas o novo modelo pode ter a causalidade inversa, de acordo com Kristen Hawkes, antropóloga da Universidade de Utah, que não esteve envolvida no estudo, citada pelo LiveScience. Como a expectativa de vida humana aumentou, as mulheres podem ter tido muitos anos saudáveis ​​após a fertilidade.

Como resultado, os homens cresceram a preferir as mulheres mais jovens, porque as mulheres mais velhas não se podem reproduzir. A apoiar essa hipótese verifica-se na natureza que os chimpanzés fêmeas vêm o seu declínio de reservas de óvulos em torno da mesma idade das fêmeas humanas. Mas ao contrário dos humanos, eles morrem logo após essa idade, ao passo que os seres humanos têm ainda décadas de vida saudável.

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