Ué, porque tu sonhou a vida inteira em se casar e viver feliz pra sempre. Meninas são educadas pra pensar que esse é o único caminho, a tábua da salvação, e só as rebeldes questionam esse modelo de brincar de casinha.

Se a gente fosse orientada desde pequena a entender que tudo, absolutamente tudo na vida tem começo, meio e fim, e que às vezes é mais maduro e saudável se separar do que viver um inferno ao lado do outro, lidaríamos com mais serenidade e não sofreríamos tanto pelo apego. Nosso mal é o APEGO. Apego às convenções, aos padrões, ao que nos disseram ser preto e branco, aos radicalismos e formalidades.

Apego é a coisa mais burra que um ser humano pode cultivar. Somos criaturas dificílimas, cheias de recalques e complexos, então como poderíamos pretender nos encaixar numa receitinha de bolo e acreditar que assim seríamos felizes? Como é que nos deixamos enrolar por essas fórmulas mágicas de sucesso (ser magra, bem sucedida, casar e ter filhos lindos e saudáveis) se somos tão cheios de nuances, nem nós mesmos nos entendemos, cada um é de um jeito diferente e todos somos neuróticos?

O primeiro passo tu já deste, que é entender de onde veio essa vocação pro matrimônio sofrido.

O segundo passo é quebrar a barreira das convenções e desapegar do modelo convencional de casamento indissolúvel.

O terceiro, é procurar ajuda terapêutica.

O quarto, é ler muito sobre o assunto (relações afetivas nos tempos modernos, castração, síndrome da boa moça) e procurar grupos de apoio - na internet tem vários - sobre pessoas se recuperando de um casamento acabado. Tudo isso é como um fortificante para as resoluções!