Permita e Envolva

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tuliparosa
No PF desde: 16/06/2013



Nascemos virgens de maturidade e inofensivos, mas a vida se responsabiliza por injetar sua dose de experiências negativas em nossas veias. Experiências para chegarmos às pressuposições, aos prejulgamentos, aos preconceitos e para colocar defeito de fábrica em tudo.


A vida se encarrega também de nos chifrar algumas vezes, de nos roubar alguns amigos, de desfazer alguns laços e, quando menos esperamos, nos deparamos com a tão famosa voadora de dois pés no peito. E, em muitas das vezes a facada nem é nas nossas costas, mas nos prontificamos a injetar aquela substancia negativa para sentir seu delicioso êxtase de “eu nunca vou passar por isso” – nunca? Depois de ver o sangue escorrer pelas mãos e esgotar o estoque de suor diário, como não levar em consideração toda essa experiência negativa que hoje bombeia em nossas veias? 18, 21, 30 anos e mais quantos tiros no peito aguentaremos?


Se você parar para observar mais de perto, perceberá que essa droga riscou uma linha imaginária no seu subconsciente, separando a racionalidade (que é o que você acha que é certo) da vulnerabilidade (que é quando você corre o risco de), controlando tudo o que foi visto, dito e colocado em jogo contra o que você permite que façam a você – duvido que você feche a mão e soque o mesmo prego duas vezes.


É por isso que não nos permitimos ser vulneráveis. Caímos de cabeça em alguns relacionamentos, mas não nos entregamos com o coração. Buscamos justificativas plausíveis para nos envolvermos com os outros, mas qualquer vírgula fora do lugar ou qualquer caso mal resolvido é motivo de recuo.


Somos eternos insatisfeitos por exigirmos tanto e compararmos o próximo com o passado, supondo que passaríamos pelos mesmos conflitos novamente e por causa disso passamos a não nos importarmos tanto. Julgamos a diferença entre ‘mas’ e ‘mais’, mas não damos importância aos minúsculos agrados – mimos para quê, né?


Será que essas experiências negativas não estão fazendo com que pratiquemos o desapego de forma exagerada? Até quando não vamos permitir que os outros nos façam mal? Até quando?


Permita-se envolver-se, permita que o relacionamento dê certo e pare de se fazer as mesmas perguntas de sempre. “Será que ele(a) realmente é a pessoa da sua vida?”, “Será que estou fazendo isso do jeito certo?”, será?


Pare de achar que tudo é para sempre e ao invés de se perguntar onde tudo isso vai chegar, sinta, ciente de que para tudo isso dar certo, o relacionamento precisa que você seja o que você realmente é. Agrade-se antes de pensar em agradar os outros, porque você não vai satisfazer ninguém com a sua insatisfação e, abra a boca, porque não dá para adivinhar que você prefere noites chuvosas ao invés de manhãs ensolaradas só com insinuações.


Acobertar erros, defeitos e viver um eu idealizado fará com que o amanhã seja incerto e, como você já sabe, para o pior basta estar vivo. E ó, sem essa de estereótipos, ok? Mais vale a pena sentir-se confortável em compartilhar a intimidade do que manter as aparências – e sim, às vezes a grama do jardim do vizinho é mais verde, mas tons de sépia também são atraentes.


Aproveite os “bons dias” porque eles não são dados sem motivos e retribua sorrisos. Permita-se sorrir mais porque o mundo precisa disso e de você.

João Vitta

.ordinarios.com.br


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Ro Samy
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No PF desde: 24/11/2012

Tenho essa sensação. Mas acho q é por que estou na fase mais trabalhosa da minha vida....


tuliparosa
No PF desde: 16/06/2013

RO me perdoa mais mudei o contexto. bjokas


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Ro Samy
Offline
No PF desde: 24/11/2012

ahhahahaha eu notei...


tuliparosa
No PF desde: 16/06/2013

:)


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Nary
No PF desde: 20/08/2008

Interessante o texto...