Querem Acabar Comigo!

maya
Postado em:
18/12/2012 - 14:39
Reprodução: gettyimages
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Estou quase propondo uma internação para mim mesma.
Em alguma clínica, ou muito melhor, em um SPA (eba).
Preciso de um ambiente tranquilo.
Um lugar onde o barulho seja apenas dos burburinhos de falatórios alheios e os sons emitidos pela mãe natureza.

Traduzindo meu inferno astral...
Estou cercada, totalmente encarcerada, dentro da minha própria casa e na companhia inapropriada de uma barulheira danada de todos os lados.

A bagunça sonora costuma acontecer ao raiar do dia.
Dia cão sim e outro também!

Não tem descanso, nem pra cabeça e muito menos pros ouvidos.
A moto-serra inicia sua labuta, sem dó nem piedade, quase perfurando meu cerebelo ao raiar da aurora.

O caminhão de concreto é outro trambolhão demoníaco.
Chega cedinho com seus freios esganiçados, para logo iniciar a rotatória numa parnafenália giratória de barulho estridente.

Pessoas escutem o que estou dizendo: isso acontece todo santo dia e em cinco lugares grudadinhos ao redor do meu prédio.

Já cheguei a pensar que seria uma conspiração contra o meu edifício ou algo do gênero.
Descartei a ideia.

Mas o real é que não tenho mais nenhum cantinho, onde eu possa me esconder e me isolar um pouco dessa enxurrada sonora.

Imaginem um quarteirão totalmente rodeado de construções, com a gente morando bem no meio do alaúde.
Agora, para completar o cenário e de quebra, um edifício gigante sendo construído bem na MINHA fuça.
O que termina com qualquer sopro de ar e bloqueia total a visão para a cidade.

Pense que, com este calorão de matar, não posso nem ao mesmo me dar o luxo de abrir as janelas, para tentar um ventinho.
A não se que, além de surda, queira ficar totalmente tapada de pó!

No meu apartamento, criei um espaço para trabalhar.
Um lugar fofo, para que eu pudesse escrever mais sossegada e livre de interrupções, que acontecem no local de trabalho.

Desde algum tempo, minha inspiração escorregou ladeira abaixo.
É impossível concatenar ideias, quando estou mais para serial killer do que qualquer outra percepção sensorial agradável.

Não é eu queira matar todos os construtores da cidade, somente alguns já são o suficiente pra me sentir vingada.

Ando constantemente com um humor quase suicida.
E para completar, uma veia assassina anda pulsando dentro de mim.

Como é que hoje consegui escrever?
Fácil demais.
Chove a beça, a cidade está alagada.
Alegrias para mim!
Atraso nas obras para eles.
Alivio para minha cabeça, folga da barulheira, ideias novamente a borbulhar...
E, falando sério – juro que eu sou NORMAL!



Paciência minha amiga... aliás esse será o tema do meu próximo texto, passa lá ehehhe

Me diverti lendo, adorei! Apesar de sentir uma certa peninha de você... ;)

bjoooo