Com Licença, Sou Sincera!*

maya
Postado em:
14/04/2013 - 17:54
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Estou impressionada com a sinceridade que as pessoas estão praticando hoje em dia.

E, em nome de toda a franqueza e verdade, o povo resolveu abrir o verbo e aproveitar a deixa para soltar alguns monstrinhos guardados a sete chaves dentro de si.

O discurso começa, com algumas variações, mais ou menos assim – olha, desculpe a franqueza, mas eu vou ter que falar..., ou então - já que você perguntou, vou dizer com honestidade que....
O restante do discurso é muitas vezes um julgamento, tanto ofensivo como grosseiro e, na maioria dos casos, em vez de ajudar, deixam a criatura, que já estava injuriada da vida, em pior estado!

Com uma sensibilidade abaixo de zero, o sujeito ditador de toda sinceridade, deixa rolar uma eloquência verbal das mais puras verdades, porém sem a menor cordialidade.

É a lei do: pediu, levou!

Acontece que nem tudo na vida é tão estanque assim, a pessoa realmente pede conselhos ou algo do gênero, mas não consegue deglutir os fatos de maneira tão nua e crua.

Talvez, com maior moderação, o ideal seria falar as ‘sinceras verdades’, em doses homeopáticas, como a gente gostaria que fossem as visitas das sogras em nossa casa.

Então, em nome dos bem-vindos conselhos honestos, o povo tem saído atropelando pessoas com o impacto de um trem descarrilado em alta velocidade.

Por favor, falem sempre a verdade, mas digam de um jeito cordial, para que suas palavras, no lugar de irritar, agreguem e, assim, o outro poderá ouvir e digerir o que você tem para falar!

Publicado originalmente
em 09/07/2010